Wednesday, May 23, 2007

AULA 15: ALGUNS FACTOS POLÍTICOS

1. O Governo, o seu programa e a RTP
Augusto M. Seabra (14/05/2002)

“Ninguém pode ter dúvidas sobre a legitimidade democrática do governo e não haverá também dúvidas sobre o seu intento em extinguir a actual RTP. Contudo, a noção de que os passos anunciados pela Governo na passada semana são apenas a aplicação do programa de um Governo até legitimado do ponto de vista político por uma moção de confiança na Assembleia da República, essa noção é altamente questionável – ao contrário do que, por exemplo, supõe o anónimo autor de um Semáforo vermelho ao Conselho de Opinião da RTP, na última página do PÚBLICO de ontem, que repreende o mesmo órgão por uma espécie de facto político que este (pelo menos ainda) não praticou, a saber, uma hipotética rejeição de um Conselho de Administração que viria apenas aplicar o programa do Governo.”

2. Silêncios e protecções!
Honório, Novo Deputado do PCP

“(…) seria ou não oportuno que o Governo incluísse na sua presidência a adopção de novas políticas para as regiões ultraperiféricas, a adopção de critérios mais justos no apoio às produções agrícolas mediterrânicas, ou a salvaguarda das zonas económicas exclusivas?
Um outro facto, ao invés, mereceu uma atenção mediática inversamente proporcional à sua mais valia nacional. Ao atacar Maria José Morgado, Paulo Portas visou criar um facto político com dois objectivos dar corpo ao levantamento interno contra Ribeiro e Castro, provando que com o estalar de um dedo consegue fazer virar para si todos holofotes; dar continuidade à sua antiga urticária contra uma mulher afastada do combate ao crime durante os tempos em que co-governava (?) o país. O ataque nada tinha, portanto, a ver com o que era enunciado já que Portas bem sabe que a cidadania ainda não morreu e nem só quem colabora com o CDS tem direito ao bom nome em Portugal.”



3. Políticos ou pessoas
Publicado por Pedro

“(...) qualquer facto pode ser encarado como um facto político. Não concordo quando dizem que uma acusação de pedofilia não coloca em causa um político.” Existe uma dimensão política e uma dimensão pessoal das coisas, e o caso do Paulo Pedroso é exemplo ideal da distinção entre elas. A fronteira não é rígida nem necessariamente clara. Mas que existe, existe. Um político é sempre e acima de tudo uma pessoa. Ao votar num político vota-se também na pessoa, na imagem e impressão pessoal que ele consegue fazer passar. A seriedade, por exemplo, é uma ideia essencial a passar. A simpatia do Guterres, a austeridade do Cavaco, a bonomia do Mário Soares, (…), foram factores não menos importantes para terem conseguido a confiança dos portugueses. Daqui a concluir que a vida privada de um político é necessariamente um facto político vai uma enorme distância. Se o Tal & Qual fizer uma primeira página a dizer que o Cavaco tinha por hábito bater na mulher e filhos, tenho as minhas dúvidas que isso influencie a forma como as pessoas avaliam as suas qualidades e defeitos como primeiro-ministro. Viesse a mesma manchete levantar um caso grave de corrupção, um Watergate português, e aí sim iria pôr em causa o homem como político.”

Semiramis
4. A Vitimização e o Vale-Tudo
Publicado por Joana às fevereiro 9, 2005

«A relação da comunicação social com Santana Lopes faz lembrar a relação da madrasta cavernícola e autoritária com o enteado – depois de o sovar, quando o miúdo se apresta num vago queixume, grita-lhe: e se choras apanhas mais! Não há nada a fazer – primeiro sovam-no em todos os tons e sons; depois quando ele menciona os agravos, é sovado por “se estar a vitimizar”. Vem isto a propósito de uma jornalista do Público, Eunice Lourenço, que eu já citei mais que uma vez, pelas suas notícias absolutamente destituídas de rigor e ética, ter escrito ontem (em co-autoria com a colega Helena Pereira) um artigo em que afirmava peremptoriamente que “Cavaco aposta na maioria absoluta de Sócrates”.
Não vou discutir quais as intenções destas “notícias”. Santana Lopes está impedido de se queixar – qualquer queixa dele não passa de vitimização. Cavaco Silva está impedido de desmentir – qualquer desmentido dele é apenas mais uma mentira para disfarçar o seu “incómodo”. Não há pois nada a fazer quando a nossa comunicação social cria um “facto político”. Mesmo que não exista ... é um “facto político”!»

5. O FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS
Boaventura de Sousa Santos
O FSP foi a primeira grande manifetação da sociedade civil depois do 25 de Abril
Publicado na Visão em 12 de Junho de 2003

“No momento em que escrevo, o Fórum Social Português (FSP) ainda está a decorrer mas pode dizer-se desde já que teve pleno êxito. Pela participação que teve de cidadãos e de delegados de movimentos e associações, pelo modo como decorreu e pela variedade dos temas que nele foram discutidos, o FSP constituiu um facto político da maior importância, o seu significado tornar-se-á ainda mais claro à medida que se avançar na preparação do segundo FSP. O FSP ocorreu num momento oportuno. O país atravessa um período complexo em que se combina a crise económica com a instabilidade política decorrente da turbulência institucional provocada pelos casos de corrupção e de pedofilia. É um período que, para ser ultrapassado sem grandes convulsões, exige que todas as energias democráticas dos portugueses sejam convocadas.”


6. Marcelo e a TVI
Editado por Carlos

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