Monday, June 4, 2007

AULA 23: A POSIÇÃO DE KARL ROWE

Karl Rowe é considerado o “cérebro de Bush”, pois executa as funções de um spin doctor legítimo sendo um conselheiro pessoal eficaz, influente e silencioso!
Karl Rowe é o menino bonito de Bush. Se tem reputação de ser mais poderoso do que o patrão, é porque fez entrar a Comunicação política numa nova era. Homem do pormenor e especialista em golpes baixos, é o pioneiro das novas tecnologias.” Pode mesmo dizer-se que
George W. Bush é Presidente dos EUA devido a Rowe.

Existem alguns casos que envolvem este estratega:

1."Washington Post", 13 de Março de 2006. Os principais protagonistas são o presidente Bush e o seu conselheiro pessoal, Karl Rowe, entre outros consultores da Casa Branca:

KARL ROWE: “Mr. President, we need to develop an exit strategy for our forces in Iraq ASAP. Otherwise we'll be caught in the middle of a civil war between the Shiites and the Sunnis”.
PRESIDENT BUSH: “How do you expect me to break this to the media and the American people after saying we're in this War on Terrorism for the long haul? It'll make me look like I've got no meatballs between my legs”.

KARL ROWE: “We've got to try and set up this puppet regime ASAP and then put on the vanishing cream. Otherwise the GOP is up shit creek without a paddle in 2008. Our deficit has ballooned to $175 trillion with no end in sight. It's a hole we can't dig ourselves out of (…) Hail to the Chief"!

2.The Bush administration is said to have a new playbook, with a more inclusive attitude toward critics and an openness to skeptical debate:
"They may be with you for the first shots," Rove said of such opponents. "But they're not going ... to be with you for the tough battles."

Rove made similarly blunt points about the war. He defended the administration's decision to invade Iraq by laying out Saddam Hussein's "vital interest" in acquiring advanced weapons technology.

"We were absolutely right" to remove him, Rove said of the former leader. He added, "We have no excuses to make for it."
Rove singled out Kerry by reading quotes from before the war in which the senator expressed support for an invasion, and then making a joke about him being for the invasion before he was against it.


Há muitas outras situações em que Karl Rowe apenas empresta a sua defesa de Shaggy:Não fui eu”. Apesar das negativas cada vez mais violentas surgindo da Casa Branca, acredita-se muito que Rowe esteja por trás do vazamento de informações, pois toda informação é mantida “a la Great Carnac”, em um vidro de maionese hermeticamente fechado na varanda de Karl Rowe (que ainda quer dizer a Casa Branca).Ou mesmo mostrar que os eleitores de Bush precisam de um “empurrãozinho”: Depois da última eleição, Rowe notou que 4 milhões de conservadores evangélicos não votaram.Com um presidente como George W. Bush, Rowe julga que é mais fácil empolgá-los do que empolgar os eleitores indefinidos, para quem a visão de Bush de que as pessoas "estão connosco ou estão contra nós" pode ser difícil de aceitar.

AULA 22: AS MANOBRAS DE BREAN E OS ESTRATEGAS DE IELTSIN








No filme MANOBRAS DA CASA BRANCA, o presidente dos Estados Unidos vê-se envolvido num escândalo sexual, isto a onze dias antes das eleições que já o anteviam como vencedor.
Com isto, colocava-se o objectivo de conseguir a reeleição do presidente distanciando todos do escândalo sexual. Para tal, foi chamado o “mr. fix it”, um spin doctor. Conrad Brean começa por adiar a chegada do presidente, que se encontrava em visita oficial à China, para poderem engendrar um plano para a conferência de imprensa sobre o escândalo sexual. Revelam então que o presidente está doente. Assim, conseguem distrair a opinião pública e minimizar os efeitos da campanha negativa lançada pelo senador Neal, líder da oposição.
Todavia, era necessário distrair os media por mais alguns dias, até à eleição, e Brean decide “inventar” uma guerra fictícia que durante duas semanas é acompanhada pelos telejornais norte-americanos. A Albânia é escolhida como “palco” da história: “terroristas albaneses colocaram uma mala-bomba no Canadá”. Sai então a notícia e entram em guerra.
Contudo, a CIA descobre a realidade e faz sair a notícia de que a guerra havia terminado pacificamente. Ainda faltavam alguns dias para as eleições e a “equipa” do presidente lança uma nova notícia: “soldado americano fica na Albânia”, divulgando a imagem de um jovem com rasgos na camisola que supostamente quereriam dizer em código morse. Depois deste segundo boato, o candidato avança com uma vantagem de 86%, acabando mesmo por vencer as eleições com larga maioria.

Podemos então concluir que o spin doctor do presidente conseguiu realmente captar a atenção dos media para si e para o empenho do seu governo em salvar os americanos e manter a paz em detrimento da divulgação do escândalo sexual.



Existem, portanto, pontos em comum entre Conrad Brean e os consultores de Ieltsin (George Gorton, Dick Dresner e Joe Shumate):

1.Os dois filmes são produções baseadas em factos reais, onde são chamados estrategas com o intuito de mudarem a imagem do presidente, apesar do filme Manobras da Casa Branca apenas nos remeter para o caso Mónica Lewinsky e não dar o episódio como confirmado.

2.Tanto Brean como os três spin doctors de Ieltsin são contratados para garantirem a reeleição do presidente, sendo que nenhum tem contacto directo com o próprio. O presidente não mostra a cara ao longo do filme.

3. Os consultores utilizam, durante as duas películas, focus group e soundbites. A campanha negativa também está presente, sendo que neste filme é feita, inicialmente, pelo senador Neal, da oposição, mudando a favor do presidente que tem por trás Brean. No Boris também temos alguns casos.

4.É implementado sempre algo fictício, como é o caso da “guerra criada” por Conrad Brean para desviar as atenções do escândalo sexual decorrido na Casa Branca e da mudança de aparência de Boris Ieltsin, sugerida pelos seus três conselheiros, passando este a mostrar-se mais sorridente e comunicativo com os seus eleitores beijando as crianças e plantando uma árvore.

5. Há manipulação da realidade a fim de desviar as atenções dos media e, ao mesmo tempo, distrair a opinião pública, tanto que no Wag the Dog é bem explícita a expressão de que “é verdade porque passou na televisão”. É bem demonstrada a necessidade de controlar uma sociedade, objectivo concretizado no final com a vitória das eleições presidenciais tanto num caso como no outro.